segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

comentário a artigo de Mário Amorim Lopes no Observador

A vida não tem preço! Já me ensinou o meu avô analfabeto mas não parvo. As suas tentativas de explanação da questão são as que sempre dão aqueles que pensam que tudo tem preço. Eu estou do outro lado, do lado daqueles que segundo as suas teorias, 'valem menos que as balas que os matam', ou neste contexto, aqueles que valem menos do que os medicamentos que os podiam salvar.
Pois é, cruzando as suas teorias com a minha, a conclusão é simples: neste mundo onde a economia (oicos Nomos) saiu de casa para controlar tudo o resto, existem vidas que valem mais que os medicamentos que necessitam para poderem continuar vivos e existem outros que valem menos do que esses mesmos medicamentos. Os primeiros vão trocando o seu valor pelo tempo de vida e os outros morrem com o seu inicial prazo de validade. Também sei que muitos dos primeiros compram orgãos dos desgraçados segundos, no mercado negro, onde diáriamente desaparecem milhares de pessoas por essas razões.
Comece a fazer outras contas, aquelas em direcção do amor e não da guerra, aquelas em direcção da honestidade e não da pouca vergonha, aquelas em direcção da honra e não da corrupção, logo verá que afinal o valor que possa ter uma vida será completamente diferente.
Para mim, sempre continuará a não ter preço .