terça-feira, 17 de setembro de 2019

Desilusão2.019

Mudas o tamanho da letra

 para poderes escrever melhor

E começas a escrever

A velhice não perdoa e não é só na vista

A tesão pode ser a mesma

Mas a mecânica corporal reage com frequências mais longas

Cada maleita traz outra atrás

Se não tens seguro tás fodido

Se és sem abrigo, estás nas mãos do acaso

Ou de Deus (há ainda essa doença)


e por estas e por outras que daqui nascem

És abandonado

Como se nunca nada te tenham prometido

Porque tudo tem desculpa

perdão é que não pode ter


Mas o que interessa é conseguires ser

No mínimo aquele que eras antes

Porque o que fores a mais

Pode ser contaminação 

Do sonho que viveste

a pensar que era real

Vai o mundo de  mal a mal

O respeito agora é retórica

E o amor está contaminado com paixão 

cheia de  vida própria

Sem nada de concreto na direcção


Que se foda 

Prepara-te para outra 

mesmo adivinhando

Que te poderá acontecer uma repetição 

Bem parecida

De belo sorriso

Como aquelas que já passaram


Desilusão2.019 hãToino de Lírio

in ''Poesia com azia''