quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal ao Presidente da República Portuguesa

Senhor Presidente da República Portuguesa

Diz-me que o Natal é um tempo que convoca a união das famílias e amigos, pois eu quero dizer-lhe a si que como presidente da república deveria ter dito a união dos portugueses e de todos os povos.  Diz-me que devemos ir mais longe na sua celebração, eu quero dizer-lhe a si que pode começar já e doar parte dos milhares de euros que recebe, a todos aqueles que neste natal continuam a ter fome, a dormir no frio das calçadas e e a morrer da doença de serem apenas pobres. Diz-me que quer que a paz esteja com os homens não só agora, eu quero dizer-lhe que a paz entre os homens existirá quando uns não forem apenas donos daquilo que roubaram aos outros. Diz-me que quer que o esforço de concórdia entre os Povos seja permanente, eu quero dizer-lhe que o permanente deve ser a luta para cada qual ser o mais civilizado possível. Diz-me que quer que a solidariedade e a partilha sejam mais fortes nesta época do ano, mas que permaneçam ativas ao longo do tempo, eu quero dizer-lhe a si que esses desejos devem começar em casa e deve ser ainda casa que eles passem à prática. Diz-me que  quer pensar nos mais frágeis e vulneráveis: as crianças, os desempregados, os mais velhos e que devemos fazê-lo também o ano inteiro, eu quero dizer-lhe para não pensar mais nisso, saia apenas do palácio e enfrente a realidade do dia a dia de cada um desses frágeis que encontrar pelo caminho e queira acreditar que cada euro de  todos os milhares que tem  no banco ,lhes fariam muito jeito a eles, isto porque, caro presidente, a maior de todas as doenças é a pobreza.

Diz-me que o natal é uma altura em que estar privado do convívio dos que amamos dói mais e há várias razões para que isso aconteça, que há muitos a trabalhar, tantos voluntariamente, para dar conforto e calor humano aos que dele precisam. Diz-me que para eles envia o seu apreço e gratidão, eu quero dizer-lhe a si que para mim até o homem do lixo é mais importante que você, ele mantém a rua limpa dia a dia, o mesmo não digo eu da limpeza que coordena à  república.

Diz-me que o natal é época de reunião, eu quero dizer-lhe a si que essa é apenas a sua opinião. Evoca todos os Portugueses das Comunidades da Diáspora que, por muito longe que estejam, têm sempre os seus e o seu País no coração, eu quero dizer-lhe  a si que também eu pertenço muitas vezes a esses anónimos portugueses que buscam o pão em terras distantes e nunca de si vi qualquer gesto grandioso para o poder ganhar por cá.

Diz-me que a todos quer deixar uma palavra amiga, de coragem e de esperança, confiantes de que saberão vencer as dificuldades, eu quero dizer-lhe a si  que de uma pessoa como o senhor nunca terei palavra amiga, já várias vezes tive frente a frente consigo, olhos nos olhos e sei que em algum momento da sua vida abandonou o menino de Boliqueime. Nos seus olhos sempre vi medo e paranóia. 

Diz-me que deseja a todos os Portugueses um Feliz Natal e um Ano de 2015 com saúde e mais prosperidade, eu quero dizer-lhe  a si que desejo que abandone a hipocrisia que  habita em si antes que o Deus do seu Natal não  queira aceitar a sua confissão de pecados.

Diz-me que deseja muito Boas Festas para todos, eu quero desejar-lhe a si  as mesmas boas festas que desejo para mim.

P.S. apenas me dirigi a Sua Excelência porque à sua consorte não reconheço sequer direitos de se me dirigir.


hãToino de Lírio

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dia internacional da corrupção



Corrupção é o acto ou efeito de cu para cima de se corromper de cu para baixo, oferecer algo de cu para cima para obter vantagem de cu para baixo em negociata de cu para cima onde se favorece de cu para baixo uma pessoa de cu para cima e se prejudica outra de cu para baixo. É tirar vantagem de cu para cima do poder atribuído de cu para baixo. "Corrupção" vem do latim corruptus, que significa "quebrado em pedaços". O verbo "corromper" significa "tornar-se podre".
A corrupção social de cu para baixo ou estatal de cu para cima é caracterizada pela incapacidade moral de cu para baixo dos cidadãos de cu para cima assumirem compromissos de cu para baixo voltados ao bem comum de cu para cima. Vale dizer, os cidadãos de cu para baixo mostram-se incapazes de fazer coisas de cu para cima que não lhes traga uma gratificação pessoal de cu para baixo.

hãToino de Lírio in ''Conversas de consumo imediato''


sábado, 29 de novembro de 2014

música e quietude

A música é absolutamente o alimento da minha quietude. Traça-me rumos com as vibrações magnéticas dos seus sons. Faz luz na minha sombra e mostra-me as afinidades escondidas entre mim e o resto da natureza. Acorda-me, dá-me abraços, faz-me recordar e esquecer, mantém os músculos do meu corpo com a tensão necessária, dá-me arrepios de prazer. 
Entra-me pelos ouvidos e pela pele. Faz-me vibrar os ossos e dar cor aos pensamentos. Faz-me sonhar acordado. Tanto dá sentido aos meus momentos mais individualistas, como me une em comunhão com outros da minha espécie.
Na minha vida completa a música completa-me, mas é quando estou completamente imóvel que sinto que ela me nutre e me carrega as baterias mais intimas do ser.
Devemos o nome que lhe chamamos, aos gregos, que a consideravam a arte das musas ( μουσική τέχνη - musiké téchne).
No seu ritmos e nos seus tempos consigo estender-me  pelos infinitos universos e entender-me como um Todo. Nada como a música me faz ver que o físico e o emocional são parte da mesma coisa. Como a quietude faz parte do movimento, os silêncios fazem parte da música. 
No  equilíbrio construído entre quietude e movimento consumo sons e silêncios, durações e harmonias.
Quando o meu corpo é por mim exposto como estátua viva estou mais atento do que nunca ao seu volume, à sua duração, ao seu timbre e intensidade. Umas vezes aquieto-me com melodias,  outras com ritmos.  

Ao fazer ressonar o meu corpo, a música mantém-me alerta para o momento que veste cada aqui e agora.


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Uma estátua nem é viva nem é morta

Uma estátua nem é viva nem é morta, nem cresce, nem minga e envelhece ao sabor da  transformação da matéria de que é feita. Só uma pessoa que se transforma em estátua viva, um dia poderá vir a ser também uma estátua morta, todos os outros, mesmo os embalsamados, serão apenas mortos. A arte da quietude expressiva existe dos dois lados da existência, na vida e na morte. O máximo de arte que um artista desta área poderá conseguir será aproximar-se do aspecto que teria se fosse embalsamado. Mas, aqui, ainda com vida, ainda com o coração a marcar o compasso do som cósmico. ainda com a pele a propriosentir todos os espaços que o corpo vai ocupando.

Representar, expor-se, sentir-se, como uma estátua, é dominar  o aqui e agora. 
Até os antigos egípcios no embalsamamento guardavam a terrena esperança no tempo  eterno.

hãToino de Lírio in '' Conversas de consumo imediato''


Corrupção segundo a escrita de cu

As pessoas de cu para cima, que obtêm poder político de cu para baixo, tendem a usá-lo em benefício próprio de cu para cima. Mesmo que as pessoas de cu para baixo e as normas da sociedade de cu para cima não permitam de cu para baixo, há uma tendência de cu para cima a surgir a corrupção de cu para baixo. O poder político de cu para baixo, mesmo não sendo absoluto, tende a corromper de cu para cima.
Em uma primeira acepção de cu para baixo, o verbo "corromper" tem um sentido mais amplo que a prática pura  e simples de corrupção política de cu para cima. Neste primeiro sentido de cu para baixo, o verbo "corromper" significa a transformação de cu para cima - danosa para a sociedade de cu para baixo - da personalidade  de cu para cima da pessoa de cu para baixo alçada à posição de cu para cima de exercer poder de cu para baixo sobre os demais cidadãos  de cu para cima (que antes desta transformação danosa de cu para baixo eram considerados de cu para cima, pela normas escritas de cu para baixo e não escritas de cu para cima, seus iguais de cu para baixo).

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Distribuição do medo

Distribuir o que há a fazer, por todos, para que fique desocupado apenas quem assim o desejar. Tirar as horas que muitos trabalham a mais e atribuí-las àqueles que nenhum trabalho arranjam.
Seria assim tão complicado? Não. Apenas não está no objectivo dos poderosos, porque assim correriam  o risco de as pessoas poderem ser inteiramente pessoas, felizes e conscientes das suas vidas. Pessoas assim, deixariam de ter medo e os senhores do poder querem sempre  alguém  que tenha medo deles.

hãToino de Lírio  in ''Orações de consumo imediato''




terça-feira, 3 de junho de 2014

Desemprego e sua utilidade

Enquanto existirem desempregados, o sistema económico controlará o preço do trabalho. O desemprego é, por isso, uma das mais valias para qualquer capitalista, que assim pode mandar produzir mais por menos e encher os bolsos com a riqueza em que se transforma, dia a dia, a neo-escravatura dos empregados.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Dívida pública portuguesa

Total  da dívida pública portuguesa (contas de 2013) 209.802.643.628€. Sabendo que os 10 mais ricos de Portugal em 2013 foram: Américo Amorim (4.503,6 milhões de euros, contra 1.955,9 milhões em 2012), Alexandre Soares dos Santos (2.190,3 milhões de euros, contra 2.070 milhões em 2012), família Guimarães de Mello (1.673 milhões de euros, contra 700,1 milhões em 2012), Belmiro de Azevedo (1.210,7 milhões de euros, contra 680,9 milhões em 2012), António da Silva Rodrigues (642,9 milhões de euros, com entrada direta no top 10), Fernando Figueiredo dos Santos (574,9 milhões de euros, contra 542,3 milhões em 2012), Maria Isabel dos Santos (574,9 milhões de euros, contra 542,3 milhões em 2012), António Mota (537,8 milhões de euros e entrada direta no top 10), família Alves Ribeiro (505,2 milhões de euros contra 650,8 milhões em 2012) e Maria do Carmo Espírito Santos Silva (497,4 milhões de euros e entrada direta no top 10). Sabendo ainda que o número de multimilionários em Portugal -- com fortunas superiores a 25 milhões de euros -- aumentou 10,8% para 870 pessoas no último ano, apesar da crise que se vive no país, segundo um relatório do banco suíço UBS. O "Relatório de Ultra Riqueza no Mundo 2013" confirma que em Portugal não só cresceu o número de multimilionários como aumentou o valor global das suas fortunas, de 90 para 100 mil milhões de dólares (mais 11,1%). Sabendo ainda que cerca de 10 000 portugueses têm contas de valor  acima  de 100 mil euros.
Para pagar a dívida bastava que:
-cada português  do top ten da riqueza contribuísse com 30% da sua riqueza, total mais de 3 mil milhões
-cada português com mais de 25 milhões de euros contribuísse com 20% da sua riqueza, total mais 10 mil milhões
-cada português com mais de 100 mil euros contribuísse com 10 % da sua riqueza, total mais de 100 mil milhões

Faltariam ainda  94 mil milhões a dividir pelos portugueses activos, acrescentassem então isso aos impostos e as contas seriam mais justas e os ricos saberiam um pouco mais o que custa viver neste país!


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

troca de peças

Apenas quando  for possível a transplantação de cérebros, será possível ficarmos a conhecer exactamente até que ponto cada cérebro é um Eu. Na actualidade eu não sinto possível  sentir-me Eu noutro corpo, nem outro Outro sentir-se Mim no meu. Mas, quem sabe...


estátua viva

Quem não consiga um domínio forte sobre as  partes móveis do nosso corpo (músculos,tendões, articulações) e que  não tenha aproximado ao limite a ideia de quietude com a sua prática, nunca foi uma estátua viva.

homem/máquina

Tenho em mim memórias de desde pequeno me sentir uma máquina feita de carne, de ossos,  de líquidos e de ar. Mais tarde acrescentei  corrente  eléctrica e outras energias. Mais tarde ainda, acresci memória.
Esta máquina que sou, com motores vários, alimentados a gasosos, a sólidos, a líquidos, a sonoros, a odorosos, a sensitivos e a visuais, faz, aqui e agora, sentir-me familiar deste computador onde escrevo. Em comum já temos alguma energia, alguma memória,alguma matéria e até algumas viroses e outras anomalias.
Um dia destes quererei ligá-lo e a ele lhe apetecerá mais descansar um pouco mais.
Noutro futuro qualquer, quem sabe, não será ele a ligar e a desligar qualquer botão on/off do meu sistema.