sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

outro campeonato


Soube hoje da existência de um novo campeonato europeu de estátuas vivas em Lommel, Bélgica. Já havia o campeonato mundial em Arhnem, Holanda. Depois dos encontros e festivais de estátuas vivas por todo o mundo, incluindo Portugal, começa agora a febre dos campeonatos, que mais não são que encontros ou festivais apenas com outro nome. Um campeonato a sério, tipo volta a Portugal, ou ao mundo, em quietude, é uma ideia para a qual tenho procurado apoios, mas nada. Mas não desisto. Quem faz da quietude controlada a sua manifestação sócio artística, ou para-artística, como quiserem, durante 22 anos, e está preparado para continuar depois de morto, devidamente embalsamado, poderei continuar a expôr o corpo humano em quietude, dessa vez, involuntária e morto. Só aí terei deixado de lutar por esta para-arte que a tantos vai encantando mundo fora, a solo, em encontros, em festivais ou em campeonatos.
Ontem fui tentar normalizar a minha situação fiscal, mas para aqueles lados, continuo a ser metido no saco dos outros artistas, só podereri descontar os gastos inerentes às minhas estátuas vivas quando tiver escrita organizada, IVA, etc, profissão de desgaste rápido, nem pensar.Nem profissão quanto mais de desgaste rápido. Que falta de respeito tem este país por tantos cidadãos, desde os camponeses aos artistas. Continua-se por aqui numa de Dr. ou trafulha para cima, os honestos continuam a ter poucas hipóteses de vidas dignas. Eu parei um dia. Nem assim me deixam descansado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009


De cada diferente vez que julgo estar a pensar numa mesma coisa
Reparo que é noutra parte dessa coisa em que estou a pensar.
Quem escolheu como Caminho de vida ter apenas capacidade para ter
Em vez de possuir para ter cada vez mais
Está mais perto de si próprio
Seja qual fôr o pensamento.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

22 anos de estátua viva


A estátua viva moldou-se ao meu corpo nas Ramblas em Barcelona, decorria o ano de 1987. A partir desse momento, as ruas e as praças do mundo foram e são os palcos da sua plenitude. Contudo muitos outros têm sido os seus cenários: Televisões , teatros, expos, feiras internacionais, centros de congressos, hotéis, escolas, bibliotecas, montras de lojas, centros comerciais, casinos, discotecas, bares, castelos, stands de automoveis, estádios, jardins, museus, galerias de arte, aeroportos e até igrejas. Desde a apresentação livre nas ruas até apresentações mais ou menos comerciais, é a estátua viva que alimenta o corpo que a constrói.
Esta performance tem como base o Pranayama, a meditação e a construção plástica.
Ao exibir-me como estátua viva tento alertar o público para a validadeou não de muitas outras actividades. Tento ainda parar um pouco os stressados Sapiens que frenéticamente correm todos para a mesma morte.
No silêncio contido na força da minha quietude ferve momento a momento o grito da liberdade dos indivíduos autênticos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

CRISE S.A



Quando Phroudon pensou que toda a propriedade é um roubo, muito possivelmente já tinha reparado na Lei de Lavoisier. Nestes tempos ditos de crise, aos quais eu prefiro apelidar de tempos de gatunagem fractal, rouba-se aos milhões sem vergonha na cara. Qual crise qual quê? Na terra nada se ganha nem nada se perde, tudo se transforma. Enquanto houver uns quantos a assambarcar hiper fortunas, sejam gestores, políticos, banqueiros, futebolistas, estrelas de hollywood,patos bravos, cheiques do petróleo, negociantes, gangsters, ou qualquer outra coisa, as massas pagarão as consequências. Para uns terem demais, outros não podem ter. Tão simples como isto.
Sempre houve a doença da grandeza e do poder, já houve donos de quase toda a terra conhecida e o mal continua. Enquanto a consciência dos explorados não atingir o ponto de ruptura e a completa ausência de medo, os maníacos das grandes posses continuarão o seu caminho até sabe-se lá onde. Já alguém afirma que em reuniões secretas dos grandes senhores do mundo se bebe sangue de crianças em ritual. Para os donos do jogo não há crise, eles sabem bem o que se passa, são eles que a criam. A crise é um estado de alternância onde não há volta a dar ao mesmo ponto de partida. Quando as verdadeiras pessoas abrirem os olhos poderão ser bem aproveitadas para o caminho da sociedade do bem. Em latim é o mesmo que vento. No Capitalismo é apenas outro dos nomes que têm os negócios.