Senhor Presidente da República Portuguesa
Diz-me que o Natal é um tempo que convoca a união das famílias e amigos, pois eu quero dizer-lhe a si que como presidente da república deveria ter dito a união dos portugueses e de todos os povos. Diz-me que devemos ir mais longe na sua celebração, eu quero dizer-lhe a si que pode começar já e doar parte dos milhares de euros que recebe, a todos aqueles que neste natal continuam a ter fome, a dormir no frio das calçadas e e a morrer da doença de serem apenas pobres. Diz-me que quer que a paz esteja com os homens não só agora, eu quero dizer-lhe que a paz entre os homens existirá quando uns não forem apenas donos daquilo que roubaram aos outros. Diz-me que quer que o esforço de concórdia entre os Povos seja permanente, eu quero dizer-lhe que o permanente deve ser a luta para cada qual ser o mais civilizado possível. Diz-me que quer que a solidariedade e a partilha sejam mais fortes nesta época do ano, mas que permaneçam ativas ao longo do tempo, eu quero dizer-lhe a si que esses desejos devem começar em casa e deve ser ainda casa que eles passem à prática. Diz-me que quer pensar nos mais frágeis e vulneráveis: as crianças, os desempregados, os mais velhos e que devemos fazê-lo também o ano inteiro, eu quero dizer-lhe para não pensar mais nisso, saia apenas do palácio e enfrente a realidade do dia a dia de cada um desses frágeis que encontrar pelo caminho e queira acreditar que cada euro de todos os milhares que tem no banco ,lhes fariam muito jeito a eles, isto porque, caro presidente, a maior de todas as doenças é a pobreza.
Diz-me que o natal é uma altura em que estar privado do convívio dos que amamos dói mais e há várias razões para que isso aconteça, que há muitos a trabalhar, tantos voluntariamente, para dar conforto e calor humano aos que dele precisam. Diz-me que para eles envia o seu apreço e gratidão, eu quero dizer-lhe a si que para mim até o homem do lixo é mais importante que você, ele mantém a rua limpa dia a dia, o mesmo não digo eu da limpeza que coordena à república.
Diz-me que o natal é época de reunião, eu quero dizer-lhe a si que essa é apenas a sua opinião. Evoca todos os Portugueses das Comunidades da Diáspora que, por muito longe que estejam, têm sempre os seus e o seu País no coração, eu quero dizer-lhe a si que também eu pertenço muitas vezes a esses anónimos portugueses que buscam o pão em terras distantes e nunca de si vi qualquer gesto grandioso para o poder ganhar por cá.
Diz-me que a todos quer deixar uma palavra amiga, de coragem e de esperança, confiantes de que saberão vencer as dificuldades, eu quero dizer-lhe a si que de uma pessoa como o senhor nunca terei palavra amiga, já várias vezes tive frente a frente consigo, olhos nos olhos e sei que em algum momento da sua vida abandonou o menino de Boliqueime. Nos seus olhos sempre vi medo e paranóia.
Diz-me que deseja a todos os Portugueses um Feliz Natal e um Ano de 2015 com saúde e mais prosperidade, eu quero dizer-lhe a si que desejo que abandone a hipocrisia que habita em si antes que o Deus do seu Natal não queira aceitar a sua confissão de pecados.
Diz-me que deseja muito Boas Festas para todos, eu quero desejar-lhe a si as mesmas boas festas que desejo para mim.
P.S. apenas me dirigi a Sua Excelência porque à sua consorte não reconheço sequer direitos de se me dirigir.
hãToino de Lírio
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